v. 34 n. 3 (2019): Revista Uruguaya de Cardiología
Especial temático

Genética da hipercolesterolemia familiar

Publicado 25-11-2019

Palavras-chave:

HIPERLIPOPROTEINEMIA TIPO II, PREVENÇÃO PRIMÁRIA, DIAGNÓSTICO MOLECULAR

Resumo

A hipercolesterolemia familiar é um distúrbio hereditário caracterizado por níveis séricos de colesterol anormalmente altos desde o nascimento. Por esse motivo, os pacientes apresentam umrisco muito alto de sofrer eventos cardiovasculares prematuros. Com prevalência de 1 em 250, é hoje considerada uma das doenças genéticas mais frequentes na população mundial. No entanto, apesar de sua alta frequência e da existência de tratamentos eficazes para controlá-la, ela continua sendo subtratada e subdiagnosticada emtodo o mundo.Éumdistúrbio oligogênico do metabolismo lipídico, determinado principalmente por mutações no gene LDLR (90% dos casos) e herança autossômica dominante. Menos frequentemente, foram encontradas mutações nos genes APOB, PCSK9, STAP1 eAPOE(também de herança autossômica dominante) e no gene LDLRAP1 (de herança autossômica recessiva). Em pacientes sem mutações nesses genes, o aumento do colesterol pode ser explicado pela soma dos alelos de risco em diferentes loci, configurando uma hipercolesterolemia familiar poligênica. Essa diversidade de grandes mutações e variantes polimórficas comuns leva a umamplo espectro de apresentações clínicas. A presença de mutações no gene LDLR aumenta o risco de eventos coronarianos mais de vinte vezes.Aidentificação de uma variante patogênica permite iniciar o diagnóstico da família emcascata, que é a estratégia mais econômica para a identificação das pessoas afetadas. É por isso que, nos últimos anos, foi destacada a importância do diagnóstico molecular como fator de intervenção médica e monitoramento familiar.