Síndrome de Heyde
Palavras-chave:
Síndrome de Heyde, REVISÃO, Fisiopatologia, Diagnóstico, GestãoResumo
Desde que Edward Heyde imaginou em 1958 uma misteriosa associação entre estenose aórtica e hemorragia gastrointestinal, seis décadas se passaram e não houve pouca controvérsia. Na época em que foi levantada, o estado técnico e metodológico da ciência médica e uma interpretação tendenciosa de sua ideia original impediram a construção de um apoio estatístico e fisiopatológico que lhe concederia amplo reconhecimento como entidade clínica individual.
Avanços em diversas disciplinas permitiram demonstrar que sua frequência de apresentação excede o efeito do acaso, além de esclarecer com precisão e elegância seus mecanismos fisiopatológicos. Sua consolidação como síndrome revela uma verdadeira encruzilhada entre Cardiologia, Gastroenterologia, Hematologia e Laboratório, especialidades envolvidas tanto em seu processo de compreensão quanto em sua gestão prática hoje.
No entanto, apesar de ter uma incidência não desprezível e adquirir um papel central no manejo clínico da estenose aórtica, esta entidade parece ter passado de resistida para relativamente ignorada.
Com o intuto de contribuir para sua visibilidade, esta revisão oferece um panorama abrangente do tema, revendo as principais contribuições históricas ao seu conhecimento e abordando em profundidade seus mecanismos, as chaves para sua detecção clínica e seu impacto na gestão da estenose aórtica e outras entidades com fisiopatologia relacionada.