v. 36 (2021)
Artículos de revisión

Recomendações para a gestão de cardiotoxicidade relacionada com o tratamento do câncer. Primeira parte

Andreina Gómez
Coordinadora. Cátedra de Cardiología, Unidad de Cardio-Oncología, Hospital de Clínicas. Montevideo, Uruguay.
Gabriel Parma
Coordinador. Cátedra de Cardiología, Unidad de Cardio-Oncología, Hospital de Clínicas. Montevideo, Uruguay.
Enrique Soto
Servicio de Cardiología, CASMU-IAMPP. Montevideo, Uruguay.
Rosanna Torighelli
Servicio de Cardiología, Instituto Nacional del Cáncer, ASSE. Montevideo, Uruguay.
Dahiana Amarillo
Servicio de Oncología Clínica, Hospital de Clínicas. Montevideo, Uruguay.
Matilde Boada
Cátedra de Hematología, Unidad de Cardio-Oncología, Hospital de Clínicas. Montevideo, Uruguay.
Liliana Farrero
Servicios Oncológicos, Unidad de Cardio-Oncología, Asociación Española. Montevideo, Uruguay.
Claudia Martínez
Servicio de Hematología y Trasplante de progenitores hematopoyéticos, Hospital Maciel, ASSE. Montevideo, Uruguay.
Federico Pagnussat
Servicio de Hematología y Trasplante de progenitores hematopoyéticos, Hospital Maciel, ASSE. Montevideo, Uruguay.
Virginia Beneditto
Centro Cardiológico Americano, Sanatorio Americano, FEPREMI. Montevideo, Uruguay.
Publicado 01-04-2021

Palavras-chave:

Quimioterapia, Câncer, Cardiotoxicidade, Cardio-oncologia, Disfunção ventricular, Insuficiência cardíaca, Detecção precoce, Seguimento

Resumo

O desenvolvimento de novas terapias oncológicas levou a um aumento na sobrevida dos pacientes, mas ao mesmo tempo traz consigo morbidades relacionadas aos tratamentos. O desenvolvimento de efeitos cardiovasculares adversos tem um impacto negativo no prognóstico dos pacientes em tratamento, bem como nos pacientes considerados curados, nos quais doença cardiovascular e malignidades secundárias são as principais causas de morte.

Cardiotoxicidade relacionada ao câncer é definida como o desenvolvimento de doença cardiovascular secundária ao tratamento. A gama de apresentações clínicas é ampla, podendo se manifestar como disfunção ventricular, insuficiência cardíaca, isquemia miocárdica, hipertensão arterial, arritmias, entre outras. Isto pode ser resultante de desenvolvimento e progressão acelerados de doença cardiovascular ou por efeito direto das terapias.

Frequentemente é dito na literatura que cardiotoxicidade e disfunção ventricular relacionada à quimioterapia são sinônimos. Entretanto, cardiotoxicidade engloba um amplo espectro de manifestações cardiovasculares. Neste texto, portanto, nos referimos à disfunção ventricular causada por quimioterápicos exclusivamente como a presença de disfunção sistólica ventricular esquerda.

Disfunção ventricular relacionada à quimioterapia e insuficiência cardíaca são duas das mais temidas complicações do tratamento oncológico devido ao seu impacto no prognóstico cardiovascular e oncológico, podendo afetar ainda a escolha e manutenção das opções terapêuticas.

Diversas sociedades cardio-onco-hematológicas surgiram ao redor do mundo com o objetivo de gerar diretriz clínicas práticas e melhorar o diagnóstico e tratamento das complicações cardiovasculares resultantes das terapias oncológicas.

A cardio-oncologia é uma disciplina em contínuo crescimento e desenvolvimento. Nós acreditamos fortemente que educação médica continuada e uma abordagem multidisciplinar são necessárias para um cuidado médico de qualidade.

Este texto é o resultado de um trabalho multidisciplinar envolvendo cardiologistas, hematologistas e oncologistas. Nosso objetivo é de oferecer informação à equipe de cuidados em saúde envolvido na assistência destes pacientes. Devido à sua extensão, este texto será publicado em três partes.