Uso de dispositivo de tecnologia eletrônica móvel para rastreamento de fibrilação atrial. Estudo piloto
Palavras-chave:
Fibrilação atrial, Triagem, Telemedicina, Prevenção cardiovascularResumo
A fibrilação atrial (FA) é um problema de saúde pública que gera mortalidade e morbidade, com maior impacto em pessoas com mais de 65 anos. Sua detecção é especialmente relevante para a população de risco. Este estudo piloto teve como objetivo avaliar a utilidade de um dispositivo móvel de tecnologia eletrônica (DMTE) para o monitoramento da FA.
Objetivo principal: avaliar a validade e confiabilidade de um DMTE para identificar FA.
Objetivo secundário: validar os processos de coleta, transmissão, armazenamento, processamento e interpretação dos dados obtidos.
Método: participantes de 5 oficinas do Plano Ibirapitá (entre 15 de outubro e 30 de novembro de 2018) foram convidados a participar do estudo. Foi utilizado um DMTE (sensor AliveCor® KardiaMobile), cujo registro foi contrastado com o traçado do ECG de 12 derivações realizado quase simultaneamente. Os diagnósticos automatizados foram comparados com aqueles realizados por dois cardiologistas especialistas independentes, com base na leitura gráfica do DMTE e no ECG de 12 derivações.
Resultados: participaram do estudo 114 beneficiários do Plano Ibirapitá, sendo 78 mulheres. A média de idade foi de 72,5 anos (DP 5,36; variação de 53-87 anos). A sensibilidade para o diagnóstico de FA no DMTE foi de 100% com especificidade de 96,6%. (VPP = 57,1% VPN = 100%) e proporção de diagnóstico correto de 96,8%. O DMTE definiu 18,4% dos registros como “não classificados”. Portanto, a proporção de diagnósticos corretos diminuiu para 78,9% e não houve falsos negativos.
Conclusões: a triagem para FA por meio de DMTE em uma população idosa é viável e confiável. A constatação de 18,4% dos registros com diagnóstico automático “não classificado” torna necessária a existência de recursos humanos qualificados para a realização da confirmação diagnóstica.